Hipertensão, usualmente chamada de pressão alta, acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg (ou 14 por 9).
A pressão se eleva por vários motivos, mas principalmente porque os vasos nos quais o sangue circula se contraem. O coração e os vasos podem ser comparados a uma torneira aberta ligada a vários esguichos. Se fecharmos a ponta dos esguichos a pressão lá dentro aumenta. O mesmo ocorre quando o coração bombeia o sangue. Se os vasos são estreitados a pressão sobe.
Quando elevada ataca os vasos, coração, rins e cérebro. Os vasos são recobertos internamente por uma camada muito fina e delicada, que é machucada quando o sangue está circulando com pressão elevada. Com isso, os vasos se tornam endurecidos e estreitados podendo, com o passar dos anos, entupir ou romper.
Quando o entupimento de um vaso acontece no coração, causa a angina que pode ocasionar um infarto.
No cérebro, o entupimento ou rompimento de um vaso, leva ao “derrame cerebral” ou AVC.
Nos rins podem ocorrer alterações na filtração até a paralisação dos órgãos.
Esta doença não escolhe pessoas. Ataca homens e mulheres, brancos e negros, ricos e pobres, idosos e crianças, gordos e magros, pessoas calmas e nervosas.
A Hipertensão é muito comum, acomete uma em cada quatro pessoas adultas.
Assim, estima-se que atinja em torno de, no mínimo, 25% da população brasileira adulta, chegando a mais de 50% após os 60 anos e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil.
É responsável por 40% dos infartos, 80% dos derrames e 25% dos casos de insuficiência renal terminal.
As graves consequências da pressão alta podem ser evitadas, desde que os hipertensos conheçam sua condição e mantenham-se em tratamento com adequado controle da pressão.
Para que o tratamento desta patologia seja realmente eficaz é essencial que o indivíduo mantenha uma alimentação saudável e ajustada à sua necessidade, controlando seu peso corporal e equilibrando o consumo de alguns nutrientes.
Dentre estes nutrientes podemos citar:
- Carboidratos refinados: Devem ser evitados, pois estimulam a liberação do hormônio insulina o qual propicia um maior enrijecimento dos vasos sanguíneos. São fontes deste nutriente: farinha de trigo branca, farinha de arroz branco, fécula de batata, fécula de mandioca, polvilho, doces em geral, açúcares, pães e biscoitos preparados com estas farinhas, sucos de pacote, sucos de caixinha, bebida alcoólica, etc.
- Sódio: Atrapalha muito o controle da doença por atrair água para dentro dos vasos sanguíneos aumentando a pressão. Os alimentos mais ricos neste mineral são o sal e principalmente conservas, embutidos (salame, linguiça, presunto, etc), alimentos congelados (industrializados) temperos tipo caldos de carnes, shoyo, molhos para saladas, e alimentos industrializados de forma geral, pois utilizam o sódio como conservante. Até mesmo alimentos doces são cheio de sódio. Uma dica para reduzir o consumo do sal é deixar para acrescentá-lo no final do preparo, assim nossa língua reconhece mais o sabor, mesmo adicionando uma quantidade menor, já que o sal ainda não penetrou totalmente no alimento. Temperar bem a comida com ervas frescas ou desidratadas também é uma ótima opção para intensificar o sabor. Em resumo, quanto mais comida natural comermos menos sódio iremos ingerir.
- Magnésio: Atua como relaxante muscular, reduzindo o enrijecimento dos vasos sanguíneos, além de participar da produção de serotonina, hormônio que reduz o estresse. É encontrado principalmente em alimentos de coloração verde, em sementes como a de abóbora, gergelim, linhaça, castanhas, amêndoas e amendoim.
- Potássio: Essencial, pois regula a excreção de sódio, pelo mecanismo chamado bomba de sódio e potássio, ou seja, quanto mais adequadas forem as concentrações de potássio no organismo, menos sódio iremos reter. Ótimas fontes deste mineral são a banana, manga, coco e água de coco, abacate, açaí, damasco, figo, goiaba, kiwi, mamão, melão, laranja, maracujá, bergamota, uva, feijão, ervilha, grão de bico, nozes, castanhas, amêndoas, etc.
Uma observação importante que deve ser feita é sobre a utilização de diuréticos para o controle da doença, pois muitos deles além de facilitar a excreção de sódio, fazem também perder potássio pela urina, mineral este que
é tão importante para o tratamento da doença e que na maioria dos casos encontra-se em níveis mínimos ou baixos no organismo. Isto parece contraditório não é mesmo?
Portanto, minha dica é, conversem com seu medico, questionem possibilidades e peçam, para que sempre que possível, prescrevam diuréticos classificados como poupadores de potássio. Nos casos em que o uso deste diurético não for possível, será mais importante ainda o controle das taxas de potássio pelos exames laboratoriais e a reposição por meio do consumo de alimentos mais ricos neste mineral.
Nutricionista Fernanda Santos – CRN2 10.283