Clínica Dom Guanella

QUANTO DE GORDURA PODE SER RETIRADO NA LIPOASPIRAÇÃO?

Um dos aspectos determinantes da segurança na lipoaspiração refere-se ao volume de gordura que pode ser removido.

Para aumentar a segurança do procedimento e reduzir os impactos do mesmo no organismo, recomenda-se que os volumes aspirados não ultrapassem de 5 a 7% do peso corporal da paciente. Da mesma forma, recomenda-se que a extensão da área tratada não ultrapasse 40% da área corporal.

Este é um dos inúmeros motivos pelos quais não devemos considerar a lipoaspiração como método de emagrecimento, mas sim para tratamento de áreas localizadas de gordura em pacientes que estejam dentro ou próximo ao seu peso ideal.

A PRÓTESE MAMÁRIA DIFICULTA O DIAGNÓSTICO DE CÂNCER DE MAMA?

Esta é uma questão que gera muitas dúvidas e preocupações nas pacientes que buscam a cirurgia de aumento de mamas. O grande motivo desta preocupação deve-se a teoria de que as próteses poderiam dificultar um diagnóstico precoce de câncer de mama através da mamografia e, consequentemente, piorar o seu prognóstico.

Para ajudar a esclarecer esta dúvida, podemos citar um estudo realizado nos Estados Unidos e publicado no mês de Junho deste ano (2017) na Revista Plastic and Reconstructive Surgery (uma das revistas médicas mais conceituadas da Cirurgia Plástica Mundial), onde foi avaliado o impacto da cirurgia de prótese mamária no diagnóstico e tratamento do câncer de mama em mulheres que foram diagnosticadas e tratadas com esta doença. Para isso, dois grupos de mulheres que tiveram câncer de mama foram comparados, sendo um deles de pacientes com prótese de mama e outro sem. Os autores encontraram que as pacientes com prótese de mama não apresentaram atraso no diagnóstico de câncer em comparação com as pacientes sem prótese; da mesma forma, as pacientes com prótese não apresentaram câncer em estágio mais avançado no momento do diagnóstico comparado com o outro grupo de pacientes (sem prótese). Estes dados, apresentados acima de forma resumida, possibilitaram o desenvolvimento de algumas conclusões. Entre as principais, temos que a presença de implante nas mamas não comprometeu o diagnóstico de câncer, assim como não fez com que o diagnóstico ocorresse em momento mais tardio. Por este motivo, quando as pacientes com próteses nas mamas foram diagnosticadas com este tipo de tumor, seu grau de evolução (Estágio do câncer) foi o mesmo das pacientes sem próteses. Este é um conceito que já foi avaliado em diversos estudos menores anteriores, com resultados semelhantes a este novo estudo.
O fato de possuir implantes mamários, não impede as pacientes de realizarem o exame de rastreamento para câncer de mama, ou seja, a mamografia. Naturalmente, a presença das próteses faz com que sejam necessárias algumas manobras de posição das mamas no momento do exame para impedir que o implante dificulte a visualização da glândula. Em casos de imagens duvidosas, outros métodos, como a Ressonância Magnética, podem complementar a investigação, acrescentando informações importantes em situações específicas.

Por fim, devemos sempre lembrar que o principal aspecto para um diagnóstico precoce de câncer de mama é o comportamento ativo das pacientes, consultando regularmente seu ginecologista/mastologista, assim como seu Cirurgião Plástico. Dessa forma, qualquer alteração pode ser investigada da forma mais adequada e no momento oportuno, buscando não só o controle regular da viabilidade dos implantes como, principalmente, a saúde das mamas.

Dr. Lourenço Senandes (CREMERS 33773 / RQE 28844)

Cirurgião Plástico Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

CIGARRO X CIRURGIA PLÁSTICA

O número de pessoas tabagistas ativas no Brasil vem diminuindo ao longo dos anos. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2013 este número correspondia a 14,7% da população brasileira adulta (acima de 18 anos). No entanto, se considerarmos esta parcela da população em números totais, somado ao número de fumantes passivos, teremos ainda um número elevado de pessoas sujeitas aos danos à saúde causados por este hábito.

Sabemos hoje que, em termos globais, metade de todos os tabagistas terão morte em consequência de doenças relacionadas a esta prática, e que a cada 10 mortes no mundo todo, uma será em consequência do tabagismo.

Considerando o uso de cigarro como costume de uma parcela importante da população brasileira, com certa frequência vemos pacientes com este hábito em busca de procedimentos de Cirurgia Plástica. Por vezes, tais pacientes preferem ocultar esta informação do médico por medo de ter sua cirurgia contraindicada ou por minimizar sua importância. Entretanto, antes de qualquer decisão é importante estar esclarecido sobre os possíveis riscos que podem advir dessa combinação entre cirurgia plástica e tabagismo.

O cigarro contém inúmeras toxinas, incluindo nicotina, monóxido de carbono, cianeto de hidrogênio, óxido nítrico e outras. Todas estas toxinas são conhecidas por comprometer a cicatrização através de múltiplos mecanismos. Além de alteração do processo cicatricial, podemos incluir distúrbios cardiovasculares, aumento da pressão sanguínea e alterações na função respiratória.

E quais seriam os problemas destas alterações para uma Cirurgia Plástica?

Precisamos considerar que um ponto fundamental para alcançarmos os resultados desejados em Cirurgia Plástica é a boa cicatrização da ferida operatória. Sem isto, além de termos os resultados estéticos comprometidos, estaremos sujeitos ainda a outras possíveis complicações. Através do comprometimento da nutrição sanguínea e da oxigenação dos tecidos (incluindo os tecidos operados) e do sistema imunológico, o cigarro causa uma deficiência de todo o processo cicatricial, impedindo a recuperação da ferida operatória e dificultando a obtenção do resultado final. Ainda, o tabagismo aumenta os riscos de infecção das feridas operatórias e complicações cardíacas e pulmonares no pós-operatório.

Além dos riscos aos resultados da cirurgia, precisamos levar em conta também os riscos anestésicos associados ao tabagismo. Estes riscos não compreendem apenas as já citadas complicações cardíacas e respiratórias, mas também interferência no metabolismo de algumas medicações utilizadas durante o procedimento pelo anestesista, dificuldade de uma monitorização confiável dos sinais vitais durante a cirurgia e necessidade de maior quantidade de analgésicos para alívio da dor após o procedimento.

E quando seria o momento ideal de interromper o fumo antes de uma cirurgia?

Idealmente, a interrupção do tabagismo deve ser realizada o mais cedo possível. Entretanto, estudos mostram que a partir de 4 a 8 semanas após a suspensão do hábito de fumar, o comprometimento da cicatrização e da função pulmonar já reduzem de forma considerável.

Como este período de interrupção do tabagismo varia entre alguns estudos, é comum variar também as orientações entre os cirurgiões (geralmente entre 4, 6 ou 8 semanas). Independentemente desta variação de períodos, a ausência total do tabagismo no pré-operatório é sempre desejada e orientada pelos cirurgiões plásticos e anestesistas aos seus pacientes, na busca da redução de possíveis complicações.

E, se levarmos em conta os potenciais danos causados pelo tabagismo não só à cirurgia mas também à saúde dos pacientes ao longo da vida, temos nesta mudança comportamental pré-operatória uma excelente oportunidade de mudança comportamental para toda a vida.

Dr. Lourenço Santiago Senandes 
CREMERS 33773 – RQE 28844

Ginecomastia

Ginecomastia é o termo que define o aumento da mama no homem, estando associada com inúmeras causas. A alteração física proveniente desta, gera descontentamento, preocupação e constrangimento nos pacientes, sentimentos facilmente compreensíveis se considerarmos a importância da forma da região peitoral na identidade masculina.

O seu surgimento, em grande parte dos casos, está relacionado aos períodos de maior alteração hormonal no sexo masculino (nascimento, puberdade e após os 65 anos). Pela puberdade estar associada à grandes mudanças físicas e psicológicas, é natural que seja também o período no qual qualquer alteração física não esperada cause seus maiores impactos na autoestima do paciente, levando-o à busca pelo tratamento rápido e definitivo.

Antes de qualquer decisão por algum procedimento cirúrgico, é de importância fundamental que o cirurgião avalie detalhadamente cada paciente, em busca das potenciais causas e consequentemente de seus possíveis tratamentos. Nem sempre o tratamento necessitará de cirurgia, sendo por vezes alcançado com a suspensão/substituição de algumas medicações, tratamento e controle de algumas doenças ou simplesmente aguardando a resolução espontânea (o que é comum na puberdade).

Definida a real necessidade de correção cirúrgica, a mesma irá variar conforme o grau de aumento da mama e características individuais de cada paciente, podendo incluir lipoaspiração, retirada de parte da glândula e/ou retirada do excesso de pele na região. Naturalmente, cada procedimento apresentará cicatrizes e formas de abordagens diferentes, entretanto são capazes de alcançar resultados extremamente gratificantes, devolvendo aos pacientes a autoestima e o bem-estar no seu convívio social.

Lembre-se sempre de procurar um Cirurgião Plástico registrado como especialista em Cirurgia Plástica no Conselho Regional de Medicina de seu Estado (CRM). Além disso, buscar um Cirurgião Plástico Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) é uma boa forma de garantir que o profissional que lhe atende é capacitado e foi aprovado em rigoroso exame para exercer suas atividades. Somente desta forma você poderá estar seguro de que todos os procedimentos possíveis, necessários e adequados estão sendo feitos para garantir que sejam alcançados os seus objetivos e, consequentemente, sua satisfação.

 

Dr. Lourenço Santiago Senandes 
CREMERS 33773 – RQE 28844

Como conquistar um glúteo belo?

Hoje em dia vemos um foco das mídias e redes sociais muito grande na beleza e tamanho dos glúteos, formando uma ideia de que quanto maior o glúteo mais belo ele é. Obviamente o senso de beleza é algo muito subjetivo, variando de pessoa para pessoa, entretanto existem alguns aspectos desta região do corpo que costumam torna-lo mais atraente para a maioria das pessoas.

Inicialmente é importante esclarecer que, mais do que o volume do glúteo, a sua proporcionalidade é o fator que está mais associado com a sua beleza, ou melhor, é o que o torna mais atraente. Isto não é um fator definido arbitrariamente, mas determinado em estudos. Em inúmeros trabalhos foi demonstrado que a beleza da região glútea está na harmonia entre as dimensões da cintura e do quadril, mais do que em um tamanho definido do glúteo. Ainda através destes estudos chegou-se a um valor numérico ideal, onde dividindo-se a medida da cintura pela medida do quadril (razão cintura-quadril) chegava-se ao valor 0,7. Ou seja, um tamanho da região glútea considerado “ideal” deveria se aproximar deste valor ao relacionarmos estas duas medidas da paciente (cintura/quadril).

E como posso alcançar este resultado?

Em primeiro lugar, nunca podemos deixar de lado a importância da prática de exercícios físicos, não só para um contorno definido da região glútea, mas também para a tonicidade muscular e da pele da região (fundamentais para manter a beleza do contorno glúteo).

Quando partimos para a discussão das possibilidades que a cirurgia plástica oferece, temos como procedimentos mais conhecidos a colocação de prótese glútea e o enxerto de gordura (lipoenxertia) nos glúteos.

Neste sentido, não existe uma cirurgia que tenha resultados melhores que a outra. O que temos, na verdade, são indicações específicas para cada situação. Entretanto, mais do que isso, temos frequentemente uma relação de complementação entre estas duas cirurgias. Isso quer dizer que, o resultado alcançado pela colocação da prótese de glúteo, na maioria das vezes é beneficiado pelo acréscimo da lipoenxertia. A prótese glútea trará maior volume e projeção na porção mais posterior do glúteo, enquanto o enxerto de gordura contribuirá em áreas que a prótese não tem grande influência (geralmente nas laterais do glúteo). Além disso, a lipoaspiração da região da cintura (para obter gordura para enxerto) contribui para “afinar” esta área, melhorando a relação cintura/quadril, trazendo maior proporcionalidade e harmonia para os glúteos.

Ainda cabe lembrar que, tanto a lipoenxertia quanto a prótese glútea, não trarão isoladamente grandes benefícios em casos onde existe um excesso e flacidez acentuada de pele na região glútea que cause um aspecto de “glúteos caídos”. Nestes casos, pode ser necessária, também, a retirada do excesso de pele em certas áreas da região, resultando em cicatrizes planejadas de acordo com cada situação.

 

Dr. Lourenço Senandes 
Cirurgião Plástico Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

(CREMERS 33773/RQE 28844)

ATIVIDADE FÍSICA: Por quanto tempo devo me afastar após cirurgia plástica?

Você realizou sua tão sonhada cirurgia plástica, os resultados estão começando a aparecer, você já se sente bem e apta a voltar a praticar suas atividades físicas preferidas, mas será que já é o momento?

Sabemos que o bom resultado de uma cirurgia plástica depende não só do procedimento, quanto dos cuidados pós-operatórios, de modo que atitudes erradas neste período podem prejudicar o resultado final da cirurgia. Portanto é importante estar sempre atenta a cada período após a cirurgia, tomando sempre os cuidados orientados pelo seu médico e esclarecendo quaisquer dúvidas junto a ele.

O retorno às atividades dependerá em grande parte do tipo de cirurgia realizada. Por exemplo, cirurgias nas mamas e nos braços exigirão maiores limitações da parte superior do tórax e membros superiores. Da mesma forma, cirurgias em glúteos e coxas/pernas irão impor maiores limites de movimentos de quadril e membros inferiores. Em geral, pelo fato do abdome ter uma musculatura muito recrutada na grande maioria dos exercícios, a abdominoplastia acaba exigindo um retorno mais lento às atividades.

Geralmente, após a grande maioria das cirurgias plásticas, costumamos orientar um repouso de 1 a 2 semanas. Este repouso, entretanto, não significa a permanência de grandes períodos na mesma posição (deitada, sentada..) e sem qualquer atividade. Na verdade, este período se refere a permanência em casa (pela maior parte do tempo) e com limitações de atividades que exijam esforço físico. A paciente pode (e deve) caminhar pequenas distâncias dentro de casa e mudar de posição em intervalos curtos. Ainda durante este período, cada cirurgia exigirá cuidados específicos, por exemplo:
– Poderá haver limitação de elevação dos braços acima da altura do ombro por 5 – 7 dias após mamoplastias;
– Caminhar com flexão do tronco (“curvada”) por aproximadamente 5 – 7 dias após abdominoplastias;
– Posição específica ao sentar e deitar, além de evitar subir degraus por aproximadamente 21 dias após colocação de prótese glútea;

Após o período inicial de repouso, geralmente as atividades que exigem alguma mobilidade maior são gradualmente retomadas. Neste momento, o retorno ao trabalho (dependendo da atividade exercida) é liberado e, com isto, pequenas atividades são reiniciadas.
Atividades físicas que exigem um esforço físico intenso e com resistência (como musculação), em geral, são aconselhados 60 dias após a grande maioria das cirurgias plásticas. Entretanto, a retomada deste tipo de exercício pode eventualmente ser liberada antes, iniciando de forma gradual e trabalhando inicialmente as áreas que não foram operadas, como por exemplo exercícios de membros inferiores para pós-operatório de mamoplastias e exercícios de membros superiores para pós-operatório de gluteoplastia.

Durante a retomada das atividades, mesmo após a liberação do seu médico, é fundamental você estar atenta a qualquer desconforto durante a prática esportiva, informando seu médico e não ultrapassando seus limites.

Importante lembrar que cada paciente apresenta suas características e limitações, por isso estes períodos de recuperação podem ser diferentes para cada uma, assim como para cada tipo de cirurgia. Além disso, algumas orientações de períodos de repouso e retomada de atividades podem variar entre os cirurgiões, a depender da avaliação da individualidade de cada paciente. Por este motivo, este texto serve para informação e esclarecimento geral e resumido sobre o assunto, não substituindo a consulta e orientação específica do seu médico.

Dr. Lourenço Senandes (CREMERS 33773 / RQE 28844)
Cirurgião Plástico Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

Recuperando o contorno corporal após a Gestação

A gestação é um período especial para as mulheres, marcando uma nova fase em suas vidas, com novos planos, sonhos e desejos. Por este motivo deve ser aproveitado ao máximo e com todos os cuidados necessários. Após esta etapa, vem o período de amamentação, igualmente especial e importante para mãe e filho. Naturalmente, este é um período da vida da mulher em que toda sua atenção está voltada apenas para seu bebê.

Passada esta etapa, é comum que, em um certo momento, as mulheres se deparem com alterações em sua forma corporal e, possivelmente, estas mudanças podem vir acompanhadas de sentimentos de depressão, baixa auto-estima, insegurança, entre outros.

Surge então a dúvida: é possível recuperar o contorno corporal perdido ao longo deste período?

É possível, mas o resultado irá depender bastante do grau das alterações causadas pela gestação. Essas alterações serão maiores quanto maior for o ganho de peso ao longo da gestação, mas também dependerão das características físicas da paciente antes desse período. Pacientes que possuíam maior flacidez muscular e de pele tendem a apresentar maiores alterações no seu contorno corporal ao final da gestação.

Estas alterações ocorrem não só na região abdominal, onde os músculos e a pele perdem sua tonicidade após a distensão do abdome, como também nas mamas após a amamentação, onde a pele torna-se mais flácida e incapaz de sustentar o volume mamário em sua posição inicial.

A recuperação do contorno corporal perdido pode ser alcançada basicamente através de dois procedimentos complementares na cirurgia plástica: Abdominoplastia (com ou sem lipoaspiração) e Mastopexia ou “elevação das mamas” (com ou sem prótese).

A abdominoplastia, além de retirar o excesso de pele abaixo do umbigo (junto com as estrias nesta região), irá reforçar a musculatura abdominal com pontos cirúrgicos, consequentemente estreitando a cintura. Nestes casos, o umbigo também tem seu formato corrigido. Já a mastopexia, ao retirar o excesso de pele e gordura/glândula mamária, eleva a posição da mama e melhora seu contorno. O acréscimo da prótese nestes casos pode contribuir para otimizar a definição e o volume das mamas. O resultado final é um abdome com musculatura mais firme, sem excesso de pele e cintura mais fina, assim como mamas com formato mais arredondado, elevadas até sua posição original e mais projetadas.

Além disso, é fundamental manter uma rotina de atividade física regular e uma dieta saudável, o que contribuirá na recuperação do contorno corporal e na manutenção a longo prazo dos resultados alcançados pela cirurgia plástica.

 

Dr. Lourenço Senandes 
Cirurgião Plástico Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (CREMERS 33773/RQE 28844)

CIRURGIA PLÁSTICA – DUAL PLANE

DUAL PLANE

O plano duplo para prótese de mama

A mamoplastia de aumento, ou “cirurgia de prótese de mama” como é mais conhecida,
apesar de muitas vezes abordada como um procedimento simples, apresenta inúmeras
nuances técnicas, as quais influenciam diretamente no seu resultado final. Longos anos
de evolução desta cirurgia, permitiram que essas variações fossem modificadas,
estudadas e avaliadas, buscando sempre os melhores e mais duradouros resultados.
A técnica conhecida como Dual Plane (plano duplo), resultou desta evolução das
técnicas, buscando maior naturalidade e durabilidade de resultados ao longo prazo.

Mas afinal, o que é este plano duplo? E qual o motivo para a sua utilização?

Inicialmente, para esclarecermos como funciona esta técnica, é necessária uma breve
explicação dos outros planos utilizados, algumas de suas vantagens e desvantagens para
que possamos compreender o porquê do dual plane.

Quando falamos em plano nas técnicas de mamoplastia de aumento, nos referimos à
posição em que a prótese de silicone é colocada em relação aos limites anatômicos da
mama. Ou seja, se a prótese é colocada em plano subglandular ou submuscular.

Uma prótese subglandular, é colocada logo abaixo da glândula mamária e logo acima do
músculo peitoral maior. Em geral, é a posição mais comum de se colocar o implante
mamário, pois alcança excelentes resultados em pacientes que já apresentam algum
volume de glândula mamária. No entanto, quando temos uma paciente muito magra e
que apresente um volume glandular muito pequeno, podem surgir alguns problemas
com esta técnica, principalmente ao longo prazo. Isto ocorre porque ao colocarmos uma
prótese logo abaixo da glândula nesses casos, não haverá tecido glandular (e nem tecido
gorduroso) suficiente para cobri-la. Além disso, uma tendência natural é a atrofia, tanto
da gordura subcutânea quanto da glândula ao longo dos anos, causada pela pressão da
prótese nesses tecidos. Dessa forma, o resultado é a evidência dos contornos da
prótese, mais marcados na porção superior e medial (no meio das mamas) em curto
prazo e uma possível evidência de todos os contornos da prótese (inclusive de seus
relevos = rippling) através da pele ao longo prazo.

A prótese submuscular, como o nome já diz, é colocada abaixo do músculo peitoral
maior. Dessa forma, alcança-se uma melhor cobertura para os implantes, pois teremos,
além da pele, da gordura e da glândula, o músculo acima dela. Sendo assim, as
desvantagens acima citadas da prótese subglandular em pacientes muito magras são
contornadas nesta técnica. No entanto, existem desvantagens na utilização deste plano
que limitam o seu uso. Um implante submuscular fica mais sujeito à dinâmica do
músculo que o está cobrindo do que da glândula mamária. Assim, podemos ter uma
prótese que visivelmente irá se movimentar com a contração do músculo peitoral maior,
elevando sua posição, enquanto a glândula mamária permanece imóvel com esta atividade.

Além disso, ao longo prazo, a prótese pode não acompanhar a tendência da
“queda” (ptose) da mama, sendo mantida em sua posição pelo músculo enquanto a
mama assume uma posição mais inferior, dando um aspecto desagradável aos seios.
A utilização da posição em plano duplo dos implantes mamários, surgiu com o objetivo
de utilizar as vantagens das duas técnicas citadas acima e contornar as suas
desvantagens ao mesmo tempo.

Para atingir os seus objetivos, a cirurgia é realizada criando-se um espaço para colocação
da prótese abaixo do músculo peitoral maior. No entanto, diferente da técnica
submuscular, a inserção (ponto de fixação) deste músculo no sulco inframamário
(abaixo da mama) é totalmente liberado. O resultado disto é que a borda mais inferior
do músculo sobe, de modo a cobrir apenas a porção superior da prótese, permitindo
que sua porção inferior fique em contato com a glândula mamária (subglandular). Desta
forma, a região da mama que possui menor quantidade de glândula e gordura para
cobrir a prótese (superior e medial) terá a contribuição da cobertura do músculo sobre
a prótese, sem que essa cobertura muscular se estenda até a porção inferior da prótese.

Em resumo, as vantagens principais dessa cobertura heterogênea sobre o implante são
as seguintes:

• O músculo cobrirá as regiões mais prováveis de se tornarem visíveis da prótese
se ela estivesse em posição subglandular (ou seja, sua porção superior e medial).
Isso resulta também em uma transição mais natural entre tórax e o polo superior
da mama.

• O músculo, não se estendendo até a porção inferior da prótese, não poderá
movimentá-la durante sua contração, como poderia ocorrer em plano
submuscular.

• A prótese terá a tendência a seguir a “queda” natural das mamas, seguindo a
dinâmica natural da glândula mamária, e não do músculo.

Dentro da técnica dual plane, existem variações, classificadas em tipos I, II e III. Esta
classificação se baseia no quanto será necessário elevar a posição da borda inferior do
músculo, sendo indicada de acordo com as características e medidas individuais das
mamas de cada paciente.

Uma preocupação esperada e natural das pacientes é a intensidade da dor no pós-
operatório da cirurgia. Existe a ideia de que a posição em plano duplo, por descolar o músculo peitoral,cause mais dor do que a técnica subglandular. Entretanto, por ser um procedimento com tendência a apresentar menos sangramento e descolamento tecidual mais simples do que a subglandular, a dor no pós-operatório é reduzida,
permitindo uma recuperação confortável para as pacientes.

Outra dúvida comum entre as pacientes, após compreenderem o procedimento, é
quanto às possíveis sequelas funcionais que esta liberação do músculo pode causar.
Assim, é importante perceber que a liberação do músculo ocorre apenas no sulco abaixo
da mama, preservando-se sua inserção na clavícula e esterno (ossos da região torácica).

Dessa forma, o músculo peitoral ao se contrair continuará com suas funções preservadas
e inalteradas.

Por fim, sempre é importante lembrar que cada técnica possui suas indicações
específicas, de modo que não existe uma técnica aplicável para todos os casos. A
avaliação individualizada de cada paciente e a indicação mais adequada da técnica a ser
usada irá depender de inúmeros fatores que serão avaliados pelo seu Cirurgião Plástico.

Dr. Lourenço Senandes (CREMERS 33773 / RQE 28844)
Cirurgião Plástico Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

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